domingo, 29 de julho de 2012

Jovens mimados geram adultos fracassados

  Roseli Brito
Você tem alunos que ” se acham a última bolacha do pacote? ” . E colegas de trabalho dentro da Escola que se acham o ” supra-sumo” e que portanto não admitem serem cobrados, orientados ou advertidos, pois sabem demais ?
Recentemente a Revista Época publicou um artigo entitulado ” Por que a Educação moderna criou adultos que se comportam como bebês”, o qual reproduzimos abaixo.
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Os alunos do 3º ano de uma das melhores escolas de ensino médio dos Estados Unidos, a Wellesley High School, em Massachusetts, estavam reunidos, numa tarde ensolarada no mês passado, para o momento mais especial de sua vida escolar, a formatura. Com seus chapéus e becas coloridos e pais orgulhosos na plateia, todos se preparavam para ouvir o discurso do professor de inglês David McCullough Jr. Esperavam, como sempre nessas ocasiões, uma ode a seus feitos acadêmicos, esportivos e sociais. O que ouviram do professor, porém, pode ser resumido em quatro palavras: vocês não são especiais. Elas foram repetidas nove vezes em 13 minutos. “Ao contrário do que seus troféus de futebol e seus boletins sugerem, vocês não são especiais”, disse McCullough logo no começo. “Adultos ocupados mimam vocês, os beijam, os confortam, os ensinam, os treinam, os ouvem, os aconselham, os encorajam, os consolam e os encorajam de novo. (…) Assistimos a todos os seus jogos, seus recitais, suas feiras de ciências. Sorrimos quando vocês entram na sala e nos deliciamos a cada tweet seus. Mas não tenham a ideia errada de que vocês são especiais. Porque vocês não são.” 
O que aconteceu nos dias seguintes deixou McCullough atônito. Ao chegar para trabalhar na segunda-feira, notou que havia o dobro da quantidade de e-mails que costumava receber em sua caixa postal. Paravam na rua para cumprimentá-lo. Seu telefone não parava de tocar. Dezenas de repórteres de jornais, revistas, TV e rádio queriam entrevistá-lo. Todos queriam saber mais sobre o professor que teve a coragem de esclarecer que seus alunos não eram o centro do universo. Sem querer, ele tocara num tema que a sociedade estava louca para discutir – mas não tinha coragem. Menos de uma semana depois, McCullough fez a primeira aparição na TV. Teve de explicar que não menosprezava seus jovens alunos, mas julgava necessário alertá-los. “Em 26 anos ensinando adolescentes, pude ver como eles crescem cercados por adultos que os tratam como preciosidades”, disse ele a ÉPOCA. “Mas, para se dar bem daqui para a frente, eles precisam saber que agora estão todos na mesma linha, que nenhum é mais importante que o outro.”
A reação ao discurso do professor McCullough pode parecer apenas mais um desses fenômenos de histeria americanos. Mas a verdade é que ele tocou numa questão que incomoda pais, educadores e empresas no mundo inteiro – a existência de adolescentes e jovens adultos que têm uma percepção totalmente irrealista de si mesmos e de seus talentos. Esses jovens cresceram ouvindo de seus pais e professores que tudo o que faziam era especial e desenvolveram uma autoestima tão exagerada que não conseguem lidar com as frustrações do mundo real. “Muitos pais modernos expressam amor por seus filhos tratando-os como se eles fossem da realeza”, afirma Keith Campbell, psicólogo da Universidade da Geórgia e coautor do livro Narcisism epidemic (Epidemia narcisista), de 2009, sem tradução para o português. “Eles precisam entender que seus filhos são especiais para eles, não para o resto do mundo.”
Em português, inglês ou chinês, esses filhos incensados desde o berço formam a turma do “eu me acho”. Porque se acham mesmo. Eles se acham os melhores alunos (se tiram uma nota ruim, é o professor que não os entende). Eles se acham os mais competentes no trabalho (se recebem críticas, é porque o chefe tem inveja do frescor de seu talento). Eles se acham merecedores de constantes elogios e rápido reconhecimento (se não são promovidos em pouco tempo, a empresa foi injusta em não reconhecer seu valor). Você conhece alguém assim em seu trabalho ou em sua turma de amigos? Boa parte deles, no Brasil e no resto do mundo, foi bem-educada, teve acesso aos melhores colégios, fala outras línguas e, claro, é ligada em tecnologia e competente em seu uso. São bons, é fato. Mas se acham mais do que ótimos.
CAMILA GUIMARÃES E LUIZA KARAM, COM ISABELLA AYUB  – Revista Época
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Você concorda que é a Educação moderna que está fazendo com que os jovens se tornem adultos imaturos ? Como você enquanto Educador pode contribuir para evitar que isto aconteça ? Quais ações você desenvolveria na sua sala de aula no relacionamento com seus alunos e quais sugestões você daria aos Pais para promover o amadurecimento dos filhos ?
 Copiado do site http://www.sosprofessor.com.br/blog/746/

domingo, 8 de julho de 2012

A LIÇÃO DA BORBOLETA

É preciso que tenhamos a sabedoria e deixar que algumas coisas fluam naturalmente, sem precisar forçar a barra, apenas dar força, incentivo à coragem, acreditar que é possível, ter esperança, ... 

Ótimo texto para ler em reuniões com pais e mestres!!!!


Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo.
Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.
O homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo
estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas.
O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar com o tempo.
Nada aconteceu!
Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.
O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vidas. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar...
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quinta-feira, 5 de julho de 2012

quarta-feira, 4 de julho de 2012

ORAÇÃO DA CRIANÇA.

 
Amigo:


Ajuda-me agora, para que eu te auxilie depois.
Não me relegues ao esquecimento, nem me condenes à ignorância ou à crueldade.
Venho ao encontro de tua aspiração, do teu convívio, de tua obra...
Em tua companhia estou na condição da argila nas mãos do oleiro.
Hoje, sou sementeira, fragilidade, promessa...
Amanhã, porém, serei tua própria realização.
Corrige-me, com amor, quando a sombra do erro envolve-me o caminho, para que a confiança não me abandone.
Protege-me contra o mal.
Ensina-me a descobrir o bem, onde estiver.
Não me afastes de Deus e ajude-me a conservar o amor e o respeito que devo às pessoas, aos animais e às coisas que me cercam.
Não me negues tua boa vontade, teu carinho e tua paciência.
Tenho tanta necessidade do teu coração, quanto a plantinha tenra precisa de água para prosperar e viver.
Dá-me tua bondade e dar-te-ei cooperação.
De ti depende que eu seja pior ou melhor amanhã.


Emmanuel.

Como fazer o Conselho de Classe


Resumo de texto que ressalta importância do Conselho de Classe e a autora dá algumas sugestões para se tornar mais eficaz. (Caso queira ler na íntegra, abaixo endereço do blog.)

Qual a finalidade do Conselho de Classe :
A palavra “ conselho” vem do latim  consiliu e, conforme o Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa tem os seguintes significados: 1 Juízo, opinião, parecer sobre o que convém fazer.  (...)  7 Reunião do corpo docente da universidade, escolas superiores ou secundárias, presidida pelo reitor ou diretor, para tratar das questões do ensino.
(...)
Bem, o Conselho de Classe  é uma reunião avaliativa em que diversos especialistas envolvidos no processo ensino-aprendizagem discutem acerca da aprendizagem dos alunos, o desempenho dos docentes, os resultados das estratégias de ensino empregadas, a adequação da organização curricular e outros aspectos referentes a esse processo, a fim de avaliá-lo coletivamente, mediante diversos pontos de vista.
Reflita por um momento: um Conselheiro preparado poderá ser justo, sábio e ponderado no momento de deliberar. Já um Conselheiro despreparado, relapso com suas funções, incompetente na sua área de atuação e negligente com suas tarefas jamais poderá contribuir com soluções para o crescimento dos Alunos, da  Equipe ou da  Instituição.
Que tipo de Conselheiro você desejaria ter ao seu lado no  próximo Conselho de Classe ?
Sugestões para um Conselho de Classe eficaz:
A grande maioria das Escolas está utilizando um modelo de Conselho de Classe que não funciona, ou que não atende totalmente aos objetivos de um Conselho de Classe, o qual  não se restringe apenas a discutir notas  ou comportamentos dos alunos.
O modelo eficiente deve contemplar como já foi dito anteriormente as seguintes questões a serem discutidas no Conselho de Classe:
  1. Aprendizagem dos alunos
  2. Desempenho dos docentes
  3. Resultados das estratégias de ensino empregadas
  4. Adequação da organização curricular
  5. Outros aspectos referentes a esse processo
Abaixo algumas sugestões para você estruturar seu próximo Conselho de Classe:
. Pré-Conselho com a Turma:
  – Rendimento Turma: logo após as provas realize com a Turma um Pré-Conselho, selecione os itens que deseja medir o avaliar com a turma tais como: rendimento da classe (media geral da sala), comportamento, participação, comprometimento, etc.
 - Rendimento Professor: peça para a turma Avaliar o seu Desempenho  no que refere-se a: Metodologia utilizada, Atividades, Ritmo da Aula, Práticas de Ensino, Organização dos Espaços da sala, etc.
- Metas/Combinados: discutam intervenções para implementar as mudanças que forem necessárias para a correção dos problemas levantados por ambos os lados
. Diagnóstico da Turma:
  Você já elaborou o diagnóstico de cada aluno no início do ano. Então transcreva esses dados em uma única Ficha e leve para os Conselheiros apenas com os casos mais delicados para serem discutidos.  Aborde o rendimento pedagógico, comportamento, resultados alcançados, outras questões que estão interferindo na vida do aluno. Lembre-se Você conhece o seu aluno, porém os demais Conselheiros talvez não estejam totalmente a par de determinados detalhes, e isso pode fazer toda a diferença na hora de ponderar a melhor intervenção.
. Conselho em 2 Atos:
Neste caso o Conselho seria realizado em 2 momentos distintos, onde no 1º. Momento contaria com a presença de Representantes de Classe, e no 2º. Momento apenas com os Professores.
Obs: Caso a Turma já tiver realizado o Pré Conselho com o Professor em Sala de Aula não haveria a necessidade de realizar o Conselho de Classe em 2 Atos.
 1º. Ato: Participação Representantes de Turma  (debate de questões relativas a Turma)
Neste momento ocorreria a participação de Representantes de Turma, pois os Representantes discorreriam sobre  as mudanças e/ou problemas que gostariam que fossem solucionados no que refere-se a didática do Professor, metodologia, postura, etc.
Os Professores, por sua vez, colocariam as questões que estariam enfrentando com aquela Turma . Todos debateriam algumas proposições, e já ficaria definido as intervenções a serem adotadas. Seria registrado em Ata para as Representantes assinarem e então este momento seria finalizado.
2º. Ato: Conselho apenas com Professores
Neste momento o Conselho seria realizado apenas com os Professore, sem os Representantes de Turma, onde seriam discutidos os casos individuais dos alunos, bem como os demais assuntos.
CONCLUSÃO:
O Conselho de Classe é uma oportunidade de reunir os  professores com o objetivo de refletir sobre a  aprendizagem os alunos e o processo de ensino.
Pedir que os alunos se avaliem, reflitam sobre suas falhas, sobre sua atuação é fácil, o difícil é os professores fazerem o mesmo. Para exercitar essa difícil prática é que o conselho deve começar com a autocrítica dos professores.
O que o professor diz na autocrítica deve servir como elemento para a coordenação ajudá-lo a superar as dificuldades apresentadas, confrontar o problema com os que os outros professores também apresentam para, juntos, buscarem a superação. A coordenação dever ter claro que, também, a avaliação, não é para classificar o professor e sim ajudá-lo a desempenhar melhor o seu trabalho.
Ao fazer o Conselho de Classe contemplando seus reais objetivos a Escola atinge os seguintes resultados:
• Promove uma visão  abrangente do papel da avaliação no processo ensino-aprendizagem;
• Valoriza o progresso individual do aluno, seu  comportamento cognitivo, afetivo e social ;
• Reconhece o contexto familiar em que o aluno está inserido;
• Incentiva a auto-análise e auto-avaliação dos profissionais de ensino;
• Propicia  mudanças tanto na prática  docente,  no  curriculo e na dinâmica escolar;
• Traça metas para que as mudanças sugeridas sejam efetivamente realizadas.
Há outros problemas sérios que contribuem para o fracasso escolar, tais como a negligência da família, a capacitação deficiente, a falta de estrutura,  a indisciplina, etc, etc.
Por outro lado não podemos cair na armadilha de que tudo é a estrutura, a lei, o sistema e ninguém assume nada. Pois há condições às vezes de mudanças significativas, com as reais condições de um instrumento  que a escola  já apresenta e que está em nossas mãos fazer uso: o Conselho de Classe.

Bibliografia :
DEMO, Pedro. Avaliação Qualitativa. São Paulo: Cortez, 1988.
FREIRE, P.; SHOR, I. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: As setas do caminho. 4.ed. Porto Alegre: Mediação, 2002.
PATTO, M. H. S. Psicologia e ideologia: uma introdução crítica à psicologia escolar. São Paulo: T. A. Queiroz, 1987.
_____. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: T. A. Queiroz, 1990.
Retirado do endereço: http://www.sosprofessor.com.br/blog/como-fazer-o-conselho-de-classe/  acessado em 04/07/2012 às 15H30min.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Descortinando o Bullying no espaço escolar: estratégias pedagógicas

Entre no endereço abaixo e leia o artigo na íntegra, apresenta estratégias pedagógicas para combater o bullyng, muito bom!!!!

Giovanna Marget Menezes Cardoso e Mônica Cerqueira Ribeiro
publicado em 01/11/2010

A intolerância, a ausência de parâmetros que orientem a convivência pacífica e a falta de habilidade para resolver os conflitos são algumas das principais dificuldades detectadas no ambiente escolar. Atualmente, a matéria mais difícil da escola não é a matemática ou a biologia; a convivência, para muitos alunos e de todas as séries, talvez seja a matéria mais difícil de ser aprendida. (FANTE, 2005).
RESUMO
Tratar do tema violência constitui-se algo complexo, devido o fato deste tema envolver conceitos polissêmicos que variam de acordo com o contexto de cada sociedade, assim como pela sua amplitude, que envolvem desde pequenas incivilidades até agressões mais graves. Ao nos reportamos para o espaço escolar detectamos um tipo de violência especifica, que ocorre de forma repetitiva e intencional, conhecida como Bullying. Vivenciado todos os dias em escolas de diversas partes do mundo, o bullying, vem camuflado na forma de “brincadeiras” que consistem em colocar apelidos, ofender, zoar, gozar, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir verbalmente e fisicamente, quebrar pertences, e tantos outros atos que tenham como objetivo constranger e causar sofrimento naqueles que se constituem suas vítimas. O bullying se constitui um tema que tem sido muito veiculado pela mídia na atualidade, os estudos sobre a problemática tem despertado os profissionais de educação para a necessidade de voltar suas atenções para esse fenômeno que vem se expandindo cada vez mais nas escolas do Brasil e que muitas vezes é confundido com indisciplina ou com brincadeiras próprias da idade.  Assim, esta produção reflete sobre as ocorrências do fenômeno no espaço escolar, suas características, as implicações que este fenômeno acarreta para os envolvidos e para a escola, e o que as instituições escolares podem fazer para desenvolver ações que combatam essa problemática.


Palavras chave : Bullying, espaço escolar, estratégias de combate.

Ser um bom professor

De ¹Mario Sergio Cortella, boas dicas para se tornar um bom porfessor. Ser humilde, ... Veja!!!!
1-É um filósofo brasileiro, mestre e doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também é professor-titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e da pós-graduação em Educação (Currículo), além de professor-convidado da Fundação Dom Cabral e do GVpec da FGV-SP


AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM AINDA É BICHO PAPÃO

Super interessante! Este vídeo faz uma reflexão sobre os envolvidos (professor-aluno) no processo ensino-aprendizagem e da avaliação como bicho papão, que deveria ser usada para melhorar o desempenho tanto do aluno,quanto do professor, porém, existem vários entraves pelo processo... Assista!!!!!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O PAPEL DA AVALIAÇÃO NA APRENDIZAGEM

É preciso avaliar, reavaliar para melhorar, principalmente no que diz respeito ao processo ensino-aprendizagem.

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA (Paulo Freire) - 1

Paulo Freire e sua rica sabedoria na arte de educar. Vale apena assistir e refletir!!!!
"A educação se faz pelo exemplo..."

Quando tudo da errado

Como não existe o acaso, tudo tem razão de ser, está e existir. Existe a Lei de CAUSA e EFEITO criada por Deus. E quando algo dá errado, é nescessário refletir em que estamos contribuindo para tal, somos responsaveis pelas nossas escolhas e as consequências também. Reflita, asssista o vídeo abaixo!

CONTEXTUALIZAÇÃO NO APRENDER

Margarida Elisa Ehrhardt Ferreira[1]
Nas últimas décadas do século XX observamos a modificação mundial no âmbito das suas diferentes organizações: social, econômica, política, tecnológica, científica e cultural. Muitas descobertas científicas trazem um expressivo desenvolvimento tecnológicoreorganizando a sociedade, globalizando economia e permitindo a virtualidade que influencia diretamente nosso cotidiano. Sendo assim, a robótica, a inteligência artificial, a informática, a internet e o moderno sistema de telecomunicações alavancam as áreas de conhecimento para uma nova roupagem evolutiva. Temos hoje um mundo pragmatico, ideológico,tradicional , cultural e ao mesmo tempo transformador . Um mundo de criações e registros , ondeatecnologia contemporâneabuscaconservare transformar o que já existe.
Dentro deste contexto, as pessoas se organizam em grupose estabelecem criações,relações e costumes, em diferentes áreas e são essas relações e itens que compõe a sociedade humana que permitem a população identificar-se enquanto grupo ou indivíduo.A culturaabarca todos estes fatores que oferecem identidade ao grupo socialformado.
Auréliocoloca como conceito de cultura:
"O conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade."( Aurélio[2])
"O conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou grupo específico, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais, etc"(Aurélio)
Observamos que a cultura portanto engloba desde a linguagem ao costumeao longoda história o que se diferencia da conceituação de civilização que se restringe a" um conjunto de criaçõesde uma determinada época da história ou determinado período de tempo" (Ávila[3] 1987).
Dentro de nossa sociedade muitas instituições existem.Família e escola são organizações indissociáveis que contribuem para a cultura e a formação humana.A Escola é responsável pela educação formal do indivíduo e precisa sistematicamente se organizar e investir institucionalmente. È necessário que se afirme enquanto espaço social de construção de significados, constituídos de ações de cidadania .È necessário ainda propiciar o domínio de recursos que levem ao diálogo consciente partindoda leitura e do conhecimento, . A junção família e escola constroem novas relações que vêm sendo estabelecidas tomando como referência os pilares estabelecidos pela UNESCO: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser, oferecendo ao aluno instrumentos para uma educação permanente.
A função da escola então, se estende além da construção do conhecimento. Passa pelas relações, interações, pela comunidade escolar, gestão democrática e pelo conhecimento em si, além de solicitar a organização dos espaços e tempos de uma forma diferenciada do modelo tradicional. A Educação atual pede uma postura de remodelação do professor com uma proposta mais elaborada de trabalho, abortando ao máximo a proposta tradicional de ensino. Abrimos as janelas para o sol do conhecimento, da tecnologia, da cooperação, da interação, do diálogo podendofalar em nossa prática, das aprendizagens significativas ede um currículo voltado para as competências.
Buscando um currículo com princípios pautados na integralidade do conhecimento, na interdisciplinaridade e na contextualização é necessário empreender esforços para desconstruir a concepção de currículo como um plano de disciplinas fragmentadas e isoladas como tradicionalmente fomos formados. È importante refletir que, o currículo para competências busca o desenvolvimento da autonomia, do pensamento crítico, da compreensão dos princípios científicos e tecnológicos, dos processos produtivos, destacando o diálogo, a interação, a argumentação como aspectos fundamentais no processo de formação do indivíduo. A mobilização dos recursos cognitivos, como saberes, capacidades, informações dentre outros, para solucionar com propriedade e eficácia diferentes situações designamos Competência, conceito desenvolvido por Perrenoud[4] . Para a educaçãodentro desta ótica, visando como produto futuro o trabalho, elecomplementa destacando a importância de treinar determinadas habilidades/aptidões em etapas didáticas que se desenvolvem nas relações dos saberes e da sua aplicação no cotidiano de forma reflexivae ao mesmo tempo prática. A organização do currículo por competências sugere, portanto a ruptura com o modelo tradicional.
DA ESCOLA UM NOVO HORIZONTE PARA O MUNDO
O que sei?
É um questionamento que o professor deve realizar sempre. Será que tudo o que sei é suficiente para contemplar minhas necessidades profissionais, em um mundo tecnológico?Acompanho com presteza as evoluções?Inclusive a evolução da instituição escola, observando suas novas necessidades?
Que novas necessidades a escola precisa?
A escola precisa se modernizar. Precisa acompanhar a evolução global, a interatividade mundial. Sua escola consegue interagir com o mundo tecnologicamente e humanamente?
Quais estratégias são pensadas para sua evolução?
Buscar a qualificação para o trabalho em uma escola que considera o aluno em seu conhecimento, sua cultura e suas possibilidades é o primeiro passo.Pensar enquanto mediadores deste processo intenso que é de aprender e ensinar è necessário refletir nosso papel ,já que buscamos formar sujeitos conscientes e atuantes na sociedade brasileirae Nóvoa[5](2001) traz uma colocação bastante interessante:
"O professor é um organizador de aprendizagens, de aprendizagens viaos novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais.(...) o professor como alguémque compreendee detém determinado conhecimentoe é capaz de reelaborar o sentidoda sua transposição didática , como agora se diz, no sentidoda sua capacidade de ensinara um grupo de alunos.(...) as escolas valem o que vale a sociedade.Não podemos imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo funcionabem numa sociedade em que nada funciona."
O autor coloca importância de desde já formarmos a consciência cidadã, e por meio de nosso trabalho consigamos modificar o atual cenário educacional que se encontra ainda em estado latentee absorto em um mundo rápidoe vibrante fora dos espaços escolares.
Pensando em modificar esta situação, o professor precisa conhecer as teorias educacionais para refletir sobre a sua práxis. Sim, teoria e prática juntas visando o sucesso da aprendizagem, onde alguns princípios devem ser lembrados:
História do aluno considerada no processo; Autoconceito do aluno influenciando em sua capacidade de aprender; Aprendizagens relevantes para a vida do aluno, articulando-se com conhecimentos anteriores; Motivação do aluno; Aprendizagem vivenciada é duradoura; Elogios como arma poderosa para a promoção da aprendizagem; Promover a repetição se situações de aprendizagens de forma interessante; Conhecimento dos erros para dar solidez à aprendizagem; Identificação por parte do professor do modo como cada aluno se apropria do conhecimento; Aprender a aprender para a conquista da autonomia de continuar aprendendo. Diálogo como elemento de construção de conhecimentos; O professor atuando como um mediador do processo. Escola não é apenas o espaço físico, que muitas vezes se torna sem atrativo, com uma rotina e proposta educativa maçante. É necessário pensar quais os objetivosa longo prazo a educação quer cumprir e as metas nestecenário.
Estes princípios permitem ao professor prioritariamente buscar no currículo voltado para as competências onde as áreas de conhecimento devem ser priorizadas. Nós professores o quanto mais visarmos estratégias de trabalho interessantes estaremos cumprindo nosso objetivo: educação formal com qualidade.
[1] Licenciada pelo UNICEUB em Pedagogia com habilitação em Magisterio e Administração Escolar,;Especialista em EAD pela Faculdade SENAC , Professorade Educação Infantil e séries Iniciais do Ensino Fundamental desde 1990. Sua Experiência em Educação a Distância ,perpassa na área de tutoria e como Orientadora de Aprendizagemno programa Um Salto para o Futuro ,IESB Já desenvolveu ações de gestão escolar em direção de escola.Atualmente desenvolve projetos relacionados a tecnologia educacional e inclusão digital e o desenvolvimento de competências.Atua como pesquisadora pela OSCIP MEDIATECA /UNBna área de inclusão digital voltada para a formação de professores e novas metodologias.e-mail:guielisa@terra.com.br
[2] Dicionário eletrônico
[3] AVILA, Fernando Bastos de.Introdução à sociologia.Ed.Agir,1987
[4] Philippe Perrenoud é sociólogo suíço professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação na Universidade de Genebra,
[5]NÓVOA, Antonio. O professor pesquisador e reflexivo.Entrevista concedida ao programa Um Salto para o Futuro - TVE Brasil. Disponível em: <http://tvebrasil.com.br/salto/entrevistas/antonio_novoa.htm>. Acesso em: mar. 2007

Como lidar com o aluno ” palhaço”


Quase todas as classes tem um palhaço – aquele aluno que sempre faz ou diz algo que chama a atenção para si mesmo. Determinado a ser o centro das atenções, ele persiste com suas piadas ou respostas inteligentes até que finalmente recebe a atenção que deseja. Em situações extremas, o seu comportamento acaba incentivando outros alunos a seguir seu exemplo e se envolverem em brincadeiras .
Embora outras crianças pensem que o palhaço da turma é engraçado – e sua reação a ele muitas vezes reforça o seu comportamento – o professor raramente vê esta situação como uma coisa engraçada. Isso porque as palhaçadas muitas vezes interrompem a aula e interferem com as lições. O palhaço da turma é perito em chamar a atenção dos outros alunos impedindo a concentração nas atividades escolares. No processo, ele muitas vezes não consegue fazer as suas próprias tarefas pois utiliza o tempo para divertir a turma.
Repreensões muitas vezes têm pouco impacto sobre o palhaço da turma. Com efeito, ele pode até desfrutar da atenção, mesmo que seja sob a forma de um comentário negativo. Embora possa ser possível ignorar algumas de suas travessuras menos perturbadoras, o Professor precisará ser mais ágil e estar atento quando observar que os gracejos do palhaço está desviando a atenção dos outros alunos.
O QUE VOCÊ PODE FAZER
Ter uma conversa cara-a-cara com o aluno. Levar o aluno de lado e perguntar por que ele está agindo desta forma. Faça isso de uma maneira calma, emocionalmente neutra – sem raiva ou sarcasmo – para que ele sinta-se confortável falando com você. Deixe os comentários dele orientar a sua resposta, o que pode incluir um simples apelo, da sua parte, para que ele coopere com você, ajudando o aluno a entender que seu comportamento interfere com o andamento da sala de aula e com o aprendizado dos alunos. Deixe-o saber que há um tempo e lugar para palhaçadas e suas aulas não são nem o tempo nem o lugar.
Desenvolver um sinal não-verbal para alertar o aluno quando o seu comportamento cruzar a linha do aceitável. O aluno pode precisar de sua orientação – talvez um sinal não-verbal simples – para desenvolver o autocontrole e aprender quando parar. Fale com ele em particular e decida sobre um sinal que será dado quando você observar que ele vai aprontar. Algumas possibilidades incluem uma pausa enquanto estiver falando, levantar as sobrancelhas, menear a cabeça. Talvez, ainda, seja necessário dizer o nome dele para chamar sua atenção antes de sinalizar a ele, entretanto não pare a aula para a repreendê-lo. A idéia é fornecer um lembrete sem interromper o fluxo de sua lição.
Afaste o público do palhaço – O palhaço da turma, sentir-se-á muito seguro se tiver outros alunos dando-lhe atenção. Você pode reduzir o impacto das palhaçadas se conversar e conscientizar a turma das consequências que essas interrupções estão acarretando para o aprendizado deles. Encontre um momento em que o aluno esteja fora da sala e converse brevemente com a turma, pedindo-lhes a cooperação para não corresponderem às brincadeiras, gracejos e palhaçadas. Se os alunos cooperam, certifique-se de fazer o mesmo e seguir em frente com as lições e atividades do dia.
Fique perto do aluno. Se você já observa que o aluno que faz as palhaçadas está fazendo mençao de levantar-se para fazer algo, procure deslocar-se em sua direção. Não pare sua aula, se estiver explicando algo, continue, porém, dirija-se até o aluno mantendo contato visual com ele por um minuto ou dois. Sua presença, provavelmente, será suficiente para acalmá-lo e dissuadí-lo. Em geral, deslocar-se de forma imprevisível é uma excelente tática para ser utilizada durante as aulas.
Proporcione ao aluno atenção positiva. Se você concluir que o comportamento do aluno que faz as palhaçadas é destinado a obter a sua atenção ou dos colegas, procure oportunidades para prestar atenção quando ele exibe um comportamento positivo ou apresenta bom desempenho em suas tarefas. Assim, você encontra outras maneiras de destacar suas realizações para a turma, focando a atenção para comportamentos positivos, isso pode contribuir para que o aluno fique menos compelido a utilizar de táticas inadequadas para chamar a atenção de forma incorreta.
Identificar os momentos das palhaçadas. Observe as circunstâncias do comportamento dos alunos. Preste atenção ao que acontece antes e depois dos incidentes, quando estes geralmente ocorrem, e onde os alunos estão. Você pode observar que suas travessuras são piores em determinados momentos do dia – durante uma aula em particular, no dia que antecede as provas, ou nos períodos de apresentação de seminários, por exemplo. Reconhecer quando esse aluno está fazendo as palhaçadas pode levar você a entender por que ele está fazendo isso. Ele poderia estar atuando porque acha que as atividades são chatas, tediosas ou ainda difíceis.Ele pode sentir-se confuso sobre o que fazer, ou porque tem dificuldade de se concentrar por um período de tempo. Identificar a razão para esse comportamento poderia sugerir a necessidade de ajustar o nível de desafio das atividades, a duração ou o modo de apresentar as lições.
Palco Dirigido – As palhaçadas só são negativas quando atrapalham a aula e provocam situações de indisciplina e desordem, e isso ocorre quando o aluno palhaço está no controle. Porém há uma outra maneira do Professor assumir esta posição: assumindo o controle de quando ocorrerão os momentos de “ palco” , ou seja, aqueles momentos onde serão permitidos mais livremente, as brincadeiras e colocações humorísticas. Para isso o Professor deve selecionar atividades em que os alunos, e neste caso, todos os alunos, terão o seu momento de exibição e expressão e isso é possível em qualquer disciplina e com qualquer conteúdo.
Considere aplicar as conseqüências. Se o problema persistir, dar ao estudante um aviso e, em seguida, fornecer uma conseqüência. Algumas medidas disciplinares possíveis incluem perder parte do intervalo , perder um privilégio ou desenvolver algum serviço voluntário dentro da Escola, tudo previamente definido com Coordenação/Direção e notifcado aos Pais e Alunos no início do ano.

Refletindo sobre o Bullying.wmv

Bullyng é um problema sério vivenciado nas escolas, na Internet, etc. É preciso que fiquemos atentos, mas para isso é necessário conhecermos a gravidade do problema.Assista o vídeo abaixo!!!

Bullying: quando a escola não é um paraís

Artigo - Bullying, o que é, suas causas, incidência na escola, atitudes a tomar e formas de prevenção.

Brigas, ofensas, disseminação de comentários maldosos, agressões físicas e psicológicas, repressão. A escola pode ser palco de todos esses comportamentos, transformando a vida escolar de muitos alunos em um verdadeiro inferno.

Gislaine, aluna do terceiro ano, de oito anos, estava faltando frequentemente à escola. Quando comparecia, chorava muito e não participava das aulas, alegando dores de cabeça e medo. Certo dia, alguns alunos procuraram a professora da turma dizendo que a garota estava sofrendo ameaças. Teria que dar suas roupas, sapatos e dinheiro para outra aluna, caso contrário apanharia e seria cortada com estilete.

Carlos, do sexto ano, foi vítima de alguns colegas por muito tempo, porque não gostava de futebol. Era ridicularizado constantemente, sendo chamado de gay nas aulas de educação física. Isso o ofendia sobremaneira, levando-o a abrigar pensamentos suicidas, mas antes queria encontrar uma arma e matar muitos dentro da escola.

Os casos descritos acima são reais e revelam a agressão sofrida por crianças dentro da escola, colhidos e narrados por Cleo Fante como parte de uma pesquisa sobre a violência nas escolas, publicados em seu livro Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Esses e muitos outros casos de agressões e violências entre os alunos desde as séries iniciais até o Ensino Médio, demonstram uma realidade assustadora que muitos desconhecem, ou não percebem, trazendo à tona a discussão sobre o fenômeno bullying, o grande vilão de toda essa história. Mas o que é? Quais as causas? Como prevenir?

Significado do termo

A palavra bullying é derivada do verbo inglês bully que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também adota aspecto de adjetivo, referindo-se a valentãotirano. Como verbo ou como adjetivo, a terminologia bullying tem sido adotada em vários países como designação para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais fracos e frágeis dessa relação, transformados em objeto de diversão e prazer por meio de brincadeiras maldosas e intimidadoras.

Desconhecimento e indiferença

Estudos indicam que as simples brincadeirinhas de mau gosto de antigamente, hoje denominadas bullying, podem revelar-se em uma ação muito séria. Causam desde simples problemas de aprendizagem até sérios transtornos de comportamento, responsáveis por índices de suicídios e homicídios entre estudantes.

Mesmo sendo um fenômeno antigo, mantém ainda hoje um caráter oculto, pelo fato de as vítimas não terem coragem suficiente para uma possível denúncia. Isso contribui com o desconhecimento e a indiferença sobre o assunto por parte dos profissionais ligados à educação. Pode ser manifestado em qualquer lugar onde existam relações interpessoais.

Consequências marcantes

As consequências afetam a todos, mas a vítima, principalmente a típica (ver quadro), é a mais prejudicada, pois poderá sofrer os efeitos do seu sofrimento silencioso por boa parte de sua vida. Desenvolve ou reforça atitude de insegurança e dificuldade relacional, tornando-se uma pessoa apática, retraída, indefesa aos ataques externos.

Muitas vezes, mesmo na vida adulta, é centro de gozações entre colegas de trabalho ou familiares. Apresenta um autoconceito de menos valia e considera-se inútil, descartável. Pode desencadear um quadro de neuroses, como a fobia social e, em casos mais graves, psicoses que, a depender da intensidade dos maus-tratos sofridos, tendem à depressão, ao suicídio e ao homicídio seguido ou não de suicídio.

Em relação ao agressor, reproduz em suas futuras relações o modelo que sempre lhe trouxe resultados: o do mando-obediência pela força e agressão. É fechado à afetividade e tende à delinquência e à criminalidade.

Isso, de certa maneira, afeta toda a sociedade. Seja como agressor, como vítima, ou até espectador, tais ações marcam, deixam cicatrizes imperceptíveis em curto prazo. Dependendo do nível e intensidade da experiência, causam frustrações e comportamentos desajustados, gerando, até mesmo, atitudes sociopatas.

O papel da educação

A educação do jovem no século 21 tem se tornado algo muito difícil, devido à ausência de modelos e de referenciais educacionais. Os pais de ontem mostram-se perdidos na educação das crianças de hoje. Estão cada vez mais ocupados com o trabalho e pouco tempo dispõem para dedicarem-se à educação dos filhos. Esta, por sua vez, é delegada a outros, ou em caso de famílias de menor poder aquisitivo, os filhos são entregues à própria sorte.

Os pais não conseguem educar seus filhos emocionalmente e, tampouco, sentem-se habilitados a resolver conflitos por meio do diálogo e da negociação de regras. Optam muitas vezes pela arbitrariedade do não ou pela permissividade do sim, não oferecendo nenhum referencial de convivência pautado no diálogo, na compreensão, na tolerância, no limite e no afeto.

A escola também tem se mostrado inabilitada a trabalhar com a afetividade. Os alunos mostram-se agressivos, reproduzindo muitas vezes a educação doméstica, seja por meio dos maus-tratos, do conformismo, da exclusão ou da falta de limites revelados em suas relações interpessoais.

Os professores não conseguem detectar os problemas e, muitas vezes, também demonstram desgaste emocional com o resultado das várias situações próprias do seu dia sobrecarregado de trabalhos e dos conflitos em seu ambiente profissional. Muitas vezes, devido a isso, alguns professores contribuem com o agravamento do quadro, rotulando com apelidos pejorativos ou reagindo de forma agressiva ao comportamento indisciplinado de alguns alunos.

O que a família pode fazer?

Não há receita eficaz de como educar filhos, pois cada família é um mundo particular, com características peculiares. Mas, apesar dessa constatação, não se pode cruzar os braços e deixar que as coisas aconteçam, sem que os educadores (primeiros responsáveis pela educação e orientação dos filhos e alunos) façam algo a respeito.

A educação pela e para a afetividade já é um bom começo. O exercício do afeto entre os membros de uma família é prática primeira de toda educação estruturada, que tem no diálogo o sustentáculo da relação interpessoal. Além disso, a verdade e a confiabilidade são os demais elementos necessários nessa relação entre pais e filhos. Os pais precisam evitar atitudes de autoproteção em demasia, ou de descaso referente aos filhos. A atenção em dose certa é elementar no processo evolutivo e formativo do ser humano.

O que a escola pode fazer?

Em relação à escola, em primeiro lugar, deve conscientizar-se de que esse conflito relacional já é considerado um problema de saúde pública. Por isso, é preciso desenvolver um olhar mais observador tanto dos professores quanto dos demais profissionais ligados ao espaço escolar. Sendo assim, deve atentar-se para sinais de violência, procurando neutralizar os agressores, bem como assessorar as vítimas e transformar os espectadores em principais aliados.

Além disso, tomar algumas iniciativas preventivas do tipo: aumentar a supervisão na hora do recreio e intervalo; evitar em sala de aula menosprezo, apelidos, ou rejeição de alunos por qualquer que seja o motivo. Também pode-se promover debates sobre as várias formas de violência, respeito mútuo e a afetividade, tendo como foco as relações humanas.

Mas tais assuntos precisam fazer parte da rotina da escola como ações atitudinais e não apenas conceituais. De nada valerá falar sobre a não violência, se os próprios profissionais em educação usam de atos agressivos, verbais ou não, contra seus alunos. Ou seja, procurar evitar a velha política do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.

Ações exemplares

Há diversos exemplos claros de ação eficiente contra o bullying no espaço escolar. Uma delas é o programa Educar para a paz, criado e desenvolvido por Cleo Fante e equipe, que trabalha com estratégias de intervenção e prevenção contra a violência na escola. Além disso, também existem sites sobre o assunto como que visam a alertar e informar profissionais e pais no combate ao bullying. Destaca-se o trabalho da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Criança e ao Adolescente, com os sites: www.abrapia.org.br e www.bullying.com.br

Geane de Jesus Silva psicopedagoga, professora de Psicologia da Educação e coordenadora pedagógica, Jitaúna, BA.

Artigo publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 364, março de 2006, páginas 2 e 3.

Características de bullying

  •  Segundo Cleo Fante, no livro Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz, os atos de bullying entre alunos apresentam determinadas características comuns:

    • Comportamentos deliberados e danosos, produzidos de forma repetitiva num período prolongado de tempo contra uma mesma vítima;

    • Apresentam uma relação de desequilíbrio de poder, o que dificulta a defesa da vítima;

    • Não há motivos evidentes;

    • Acontece de forma direta, por meio de agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences) e verbais (apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, insultar, constranger);

    • De forma indireta, caracteriza-se pela disseminação de rumores desagradáveis e desqualificantes, visando à discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social.

Os protagonistas do bullying

  • A vítima pode ser classificada, segundo pesquisadores, em três tipos:

    Vítima típica: é pouco sociável, sofre repetidamente as consequências dos comportamentos agressivos de outros, possui aspecto físico frágil, coordenação motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão, insegurança, baixa autoestima, alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade e aspectos depressivos. Sente dificuldade de impor-se ao grupo, tanto física quanto verbalmente.

    Vítima provocadora: refere-se àquela que atrai e provoca reações agressivas contra as quais não consegue lidar. Tenta brigar ou responder quando é atacada ou insultada, mas não obtém bons resultados. Pode ser hiperativa, inquieta, dispersiva e ofensora. É, de modo geral, tola, imatura, de costumes irritantes e quase sempre é responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra.

    Vítima agressora: reproduz os maus-tratos sofridos. Como forma de compensação procura uma outra vítima mais frágil e comete contra esta todas as agressões sofridas na escola, ou em casa, transformando o bullying em um ciclo vicioso.

    O agressor pode ser de ambos os sexos. Tem caráter violento e perverso, com poder de liderança, obtido por meio da força e da agressividade. Age sozinho ou em grupo. Geralmente é oriundo de família desestruturada, em que há parcial ou total ausência de afetividade. Apresenta aversão às normas; não aceita ser contrariado, geralmente está envolvido em atos de pequenos delitos, como roubo e/ou vandalismo. Seu desempenho escolar é deficitário, mas isso não configura uma dificuldade de aprendizagem, já que muitos apresentam nas séries iniciais rendimento normal ou acima da média.

    Espectadores são alunos que adotam a lei do silêncio. Testemunham a tudo, mas não tomam partido, nem saem em defesa do agredido por medo de serem a próxima vítima. Também nesse grupo estão alguns alunos que não participam dos ataques, mas manifestam apoio ao agressor.

Como identificar os envolvidos?

  • De acordo com as indicações de Dan Olweus, psicólogo norueguês da Universidade de Bergen e importante pesquisador sobre o assunto, para que uma criança ou adolescente seja identificado como vítima ou agressor, pais e professores precisam ter atenção se o mesmo apresenta alguns comportamentos:

    VÍTIMA

    Na escola
    • Durante o recreio está frequentemente isolado e separado do grupo, ou procura ficar próximo do professor ou de algum adulto;
    • Na sala de aula tem dificuldade em falar diante dos demais, mostrando-se inseguro ou ansioso;
    • Nos jogos em equipe é o último a ser escolhido;
    • Apresenta-se comumente com aspecto contrariado, triste, deprimido ou aflito;
    • Desleixo gradual nas tarefas escolares;
    • Apresenta ocasionalmente contusões, feridas, cortes, arranhões ou a roupa rasgada, de forma não natural;
    • Falta às aulas com certa frequência;
    • Perde constantemente os seus pertences.

    Em casa
    • Apresenta, com frequência, dores de cabeça, pouco apetite, dor de estômago, tonturas, sobretudo de manhã;
    • Muda o humor de maneira inesperada, apresentando explosões de irritação;
    • Regressa da escola com as roupas rasgada ou sujas e com o material escolar danificado;
    • Desleixo gradual nas tarefas escolares;
    • Apresenta aspecto contrariado, triste, deprimido, aflito ou infeliz;
    • Apresenta contusões, feridas, cortes, arranhões ou estragos na roupa;
    • Apresenta desculpas para faltar às aulas;
    • Raramente possui amigos, ou, se possui, são poucos os que compartilham seu tempo livre;
    • Pede dinheiro extra à família ou furta;
    • Apresenta gastos altos na cantina da escola.

    AGRESSOR

    Na escola
    • Faz brincadeira ou gozações, além de rir de modo desdenhoso e hostil;
    • Coloca apelidos ou chama pelo nome e sobrenome dos colegas, de forma malsoante;
    • Insulta, menospreza, ridiculariza, difama;
    • Faz ameaças, dá ordens, domina e subjuga;
    • Incomoda, intimida, empurra, picha, bate, dá socos, pontapés, beliscões, puxa os cabelos, envolve-se em discussões e desentendimentos;
    • Pega materiais escolares, dinheiro, lanches e outros pertences dos outros colegas, sem consentimento.

    Em casa
    • Regressa da escola com as roupas amarrotadas e com ar de superioridade;
    • Apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva com pais e irmãos, chegando a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença de força física;
    • É habilidoso para sair-se bem em situações difíceis;
    • Exterioriza ou tenta exteriorizar sua autoridade sobre alguém;
    • Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.

Bibliografia indicada

  • CONSTANTINI, Alessandro. Bullying, como combatê-lo? : prevenir e enfrentar a violência entre jovens. SP: Itália Nova editora, 2004.

    CURY, A. J. Pais brilhantes, professores fascinantes. RJ: Sextante, 2003.

    FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2. ed. rev. Campinas, SP: Verus editora, 2005.

    TIBA, Içami. Quem ama, educa! SP: Gente, 2002.

    Retirado do endereço:  http://www.mundojovem.com.br/artigos/bullying-quando-a-escola-nao-e-um-paraiso 25/06/2012 às 23Horas

Indisciplina na Sala de Aula

Os 5 Erros que os Professores Cometem e como Evitá-los 

                                                             By Roseli Brito

É muito estressante e até emocionalmente doloroso lidar com a ansiedade de ter de enfrentar, todos os dias,  uma turma que você não está certa de poder controlar. O que , de fato, é realmente frustrante nesta situação é: ter responsabilidades a cumprir e não ter as devidas ferramentas para fazer isso.
Lembro bem no início da minha carreira, o sentimento de incapacidade que eu sentia, antes de descobrir as ferramentas certas para combater a indisciplina na sala de aula.  Você se sente insegura, chegando a duvidar da sua competência enquanto Professor. É frustração, misturado com raiva e impotência. É inclusive esse conjunto de sentimentos negativos que levam muitos Professores a desistirem da profissão.
O triste de tudo isso é que, muitos que desistem prosseguem acreditando que falharam na profissão, enquanto que a verdade é que não tinham ferramentas apropriadas para lidar com a questão.
Nos bancos das Universidades ninguém toca nesta questão parece que a única coisa que o Professor tem de fazer é entrar na sala e “dar” aula. Ninguém fala  da falta de educação e desrespeito, ninguém comenta sobre a indisciplina ou violência, ninguém aborda a falta de limites e muito menos, sequer sugere o que fazer quando a situação não está no nosso “script”, chamado Plano de Aula.
Em um roteiro quando é produzido um filme ou peça de teatro, há um “script”, e tudo deve ser feito conforme está escrito e determinado lá. Mas, e na sala de aula, quando nosso “script” não dá conta do nosso dia a dia? O que fazer então ?
Para ser honesta, sempre parecia que todos a minha volta queriam mais era que eu perdesse essa batalha, pois viviam alertando-me acerca do que os pais iriam dizer ou fazer. Na verdade todos estavam mais preocupados em não perder os alunos ou ainda não provocarem a ira dos pais,  do que oferecer o apoio que eu precisava.
Aprendi às duras penas, que tudo o que haviam  dito a respeito de como disciplinar os alunos estava errado pois  não funcionava. Na verdade, a única coisa que eu precisava era que os alunos fossem 100% respeitosos, fizessem as tarefas, e prestassem atenção todas as vezes.
Assim, não importasse a classe social do aluno, seu histórico de comportamento, seu nível de socialização. Uma vez que esse aluno entrasse na minha sala de aula, ele deveria dar conta de suas responsabilidades e cumprir suas tarefas.  Há muitos anos atrás esta afirmação já era utópica, no entanto ainda hoje, para muitos ela ainda é um “delírio” impossível de alcançar.
Hoje é sabido, que mesmo a pior turma, e ainda que  a escola esteja localizada em um meio hostil, este objetivo pode ser alcançado. Não ocorrerá do dia para a noite, será preciso esforço, paciência e principalmente persistência.
A “mágica” ocorre quando você descobre e utiliza  as ferramentas e estratégias apropriadas que tornam todos os alunos mais responsáveis e aplicados. Ao ter em mãos essas novas ferramentas  a sua sala de aula sofre uma transformação porque o seu  jeito de dar aula também muda.
Constatei ao longo da minha carreira que a indisciplina ocorre por uma série de fatores, porém alguns desses fatores era eu mesma que provocava. Isso mesmo ! Não estou aqui eximindo a parte que cabe a família, ao gestor, ao governo, aos astros, seja lá quem for que você queira transferir a culpa, o fato é que tive de dar a mão a palmatória, descer do salto,  humildemente reconhecer esse fato e procurar consertar o que era a minha responsabilidade fazer.
Veja abaixo os 5 grandes erros que eu cometia e, infelizmente,  muitos Professores estão cometendo, talvez até você, inconscientemente, também esteja. Por isso é hora de rever sua prática em cada um dos itens abaixo:
- Erro no. 1: Disciplinar toda a sala de uma só vez
- Erro no. 2: Bater boca com o aluno, ao invés de dar a direção do que fazer
- Erro no. 3:  Ameaçar, ameaçar, ameaçar e …….não cumprir
- Erro no. 4: Uso de linguagem não verbal de forma inadequada
- Erro no. 5:  Aula chata do começo ao fim